Academia Halal promove curso on-line para colaboradores da BRF
Em parceria estratégica com a FAMBRAS, a Academia Halal do Brasil – instituto privado de formação, treinamento, qualificação e capacitação continuada com especialização no segmento Halal – promoveu, no dia 15 de julho, um curso on-line ao vivo para colaboradores da BRF. A intenção da indústria foi aprimorar o conhecimento sobre o Halal de mais de 160 colaboradores de 18 plantas.
A BRF tem mais de 80 anos de mercado, cerca de 3 mil produtos e 90 mil funcionários em 130 países. Maior exportadora global de frango do mundo, a BRF está presente em mais de 140 países e é dona de marcas icônicas como Sadia, Perdigão e Qualy. A indústria foi uma das primeiras exportadoras de frango Halal para o mercado islâmico – atividade que segue exercendo até então.
Ali Zoghbi, um dos professores do curso, abriu os trabalhos explicando aos participantes o que é o Islam, os pilares que o sustentam e suas premissas – sendo a mais importante delas a preservação da vida. “Só com conhecimento é que poderemos combater preconceitos, estereótipos e mostrar o que é a religião verdadeiramente”.
Zoghbi lembrou o surgimento do Halal do Brasil – fato ocorrido há 40 anos – e mostrou a importância deste mercado: são quase 2 bilhões de muçulmanos no mundo, consumidores que se pautam, especialmente, por confiança. “O Brasil, por exemplo, é líder mundial na exportação de proteína Halal. Há quarenta anos, exportamos 650 toneladas de frango Halal. Em 2018, foram 2,3 milhões de toneladas de carne e frango Halal. Os números são expressivos”.
Conceito – A docente Dra. Soha Chabrawi explicou, em detalhes, o conceito de Halal, ou seja, o que é considerado permitido para o consumo não só de muçulmanos, mas também, de todos os que buscam saudabilidade e segurança dos alimentos. “São produtos que, em todo o seu processo produtivo, contam com matérias-primas, processos, mão de obra e embalagens que não trazem qualquer prejuízo à saúde e à segurança das pessoas. ”
Soha também explicou o que é haram, ou não permitido para consumo – no caso, álcool etílico, sangue e animais proibidos ou não abatidos conforme a lei islâmica, entre outros. “Também existem os alimentos que chamamos de ‘mashbooh’, que são “duvidosos’’ ou que não conhecemos bem sua origem. Estes devem passar por criteriosos processos de análise antes de serem certificados”.
Na oportunidade, a especialista apresentou também as autoridades mundiais relacionadas ao Halal – que reconhecem a certificação em determinadas localidades como o Golfo Arábico, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Malásia e Singapura, entre outras.
A certificação – Elaine Carvalho complementou o conteúdo do curso explicando as 14 etapas do processo de certificação Halal – bem como os requisitos necessários. Apresentou, ainda, o que é um Sistema de Garantia Halal, que envolve uma política Halal definida, um comitê, a análise de riscos, a promoção de auditorias e a descrição de todos os produtos certificados. “Este Sistema deve fazer parte da gestão de qualidade de todo frigorífico”, reforçou.
A especialista apresentou, ainda, o potencial do mercado Halal. “O destaque é o setor alimentício, mas, este mercado envolve turismo, produtos farmacêuticos, produtos de beleza e higiene pessoal, vestuário, bancos e finanças, logística, armazenamento e distribuição”.