Último painel do GHB abordou turismo e entretenimento

Um mercado com mais de 150 milhões de consumidores e muitas oportunidades de negócio: esse é turismo Halal, tema de discussão no último painel do Global Halal Brazil Business Forum (GHB).

Em painel moderado por André Coutinho, jornalista da BandNews, os participantes falaram sobre as tendências e oportunidades do mercado de turismo Halal, além das maneiras como o Brasil pode atuar nesse mercado — além de também estabelecer uma ponte para que brasileiros possam fazer turismo no Oriente Médio.

“O turismo é uma atividade infinita”, explicou Nicolino Bozzella Júnior, Gerente de Relações Institucionais da Embratur. “Nós, na Embratur, estamos ampliando o número de visitantes: de janeiro a agosto de 2023, R$22 bilhões foram deixados na economia só por turistas internacionais. Precisamos ampliar o relacionamento com o turista muçulmano”.

Fazal Bahardeen, da Crescent Rating (Global de Viagens Muçulmanas), listou as tendências que acontecem dentro do mercado de viagens muçulmano: do turismo responsável até experiências imersivas, ele falou sobre o relatório publicado pela sua empresa para incentivar, segundo ele, “que as coisas fiquem mais fáceis para os destinos olharem e entenderem como podem desenvolver novos serviços, especialmente para o mercado muçulmano.”

Em sua fala, Bahardeen deu destaque para a tendência do digital. “É um setor que pega a tecnologia muito rapidamente”, explicou. “Se nós habilitarmos a inteligência artificial e as possibilidades digitais, os serviços de viagens vão se tornar bem mais importantes. “Agora precisamos ir ao próximo nível e desenvolver uma estrutura para facilitar o entendimento dessas novas tendências, dos destinos e do desenvolvimento desses destinos”, finalizou.

Desenvolver essa estrutura é, inclusive, um dos objetivos do Governo de São Paulo, segundo Luciane Leite, Secretária Executiva de Turismo e Viagem do Estado de São Paulo – que vem sendo preparado para se tornar “muslim friendly”. “Já treinamos mais de 400 profissionais ligados a restaurantes e meios de hospedagem. Nossa meta é chegar a 1500 pessoas treinadas até 2024. Estamos orgulhosos deste trabalho e dessa parceria”.

No painel, Luciane também aproveitou para falar da publicação do Guia Halal, com as atrações e informações voltadas para o turismo muçulmano para que ele se sinta acolhido em São Paulo. Em um vídeo, Roberto de Lucena, Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, lembrou o acordo de turismo assinado com a FAMBRAS para promover o turismo Halal no estado.

Já o Secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, André Roberto Alliana, fez questão de salientar o histórico da cidade com o turismo Halal: “Foz do Iguaçu já está trilhando um caminho para ser um destino Halal. Isso começou na Expo Dubai, em 2020”, disse.  “Nós somos uma cidade na qual 20% dos empreendimentos da cidade são de propriedade de muçulmanos: já temos hotéis, restaurantes, lojas e empreendimentos em geral.”

O painel ainda contou com a participação de Ibrahim Abu-Helil, CEO da JIA Trade & Healthy Food Marketing & Tourism, Fernando Guinato, Diretor Geral na WTC Events Center e Sheraton São Paulo, e Esra Serpen Coelho, Executiva de Vendas Corporativas Sênior da Turkish Airlines.

Ao ser perguntado sobre como as empresas podem se tornar mais competitivas no mercado Halal, Ibrahim fez questão de lembrar do tamanho do mercado Halal: “O turismo Halal é uma mina de ouro”, resumiu. “Para ser competitivo, você precisa estar pronto o tempo todo e ter os seus serviços e produtos acessíveis. Eu acho que o Brasil deve coletar dados e ser mais competitivo para o país continuar a ser um grande destino para o turista muçulmano”, sugeriu.

Esra Serpen Coelho falou sobre a importância de oferecer a experiência Halal em todo o circuito da viagem, incluindo o transporte do turista: “Quando falamos do turismo, falamos de viagem e começa com o aeroporto. E na Turkish Airlines toda a alimentação é Halal”.

Além disso, ela também reforçou a importância de oferecer essa possibilidade para todos os turistas: “A Turkish voa em muitos destinos do mundo, oferecendo serviço Halal dentro do avião antes de chegar ao destino. A pessoa que nunca experimentou essa cultura já tem contato dentro do avião, o que ajuda bastante.”

Por fim, Fernando Guinato explicou que o principal desafio do setor de hotelaria para se capacitar para o turismo Halal é a resistência. “Às vezes, você encontra resistências por causa das diferentes culturas, mas costumes diferentes existem e devem ser levados a sério com muito respeito”, explicou. “Levantando a bandeira Halal para a hotelaria, a gente quer fazer a mesma coisa que fazemos para outros hóspedes: transmitir para o turista muçulmano um ambiente no qual ele se sinta em casa, integrado.”

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