Quarto painel do GHB tratou de “Halal, Logística e Hubs estratégicos”

O quarto painel do Global Halal Brazil Business Forum (GHB) que ocorreu no segundo e último dia do evento teve como tema “Halal, logística e hubs estratégicos”.

O moderador, o jornalista Hafiz Maqsood Ahmed, do The Halal Times, convidou os participantes para falar sobre como os países podem se destacar como centros logísticos para o acesso e abastecimento do mercado islâmico global. Questionou, ainda, como esses locais podem contribuir para a facilitação do comércio e de investimentos, além de debater os requisitos para garantir a segurança na logística Halal pelo mundo.

Marco Tieman, CEO da LBB International da Malásia, que abriu o painel, esclareceu que os requisitos Halal não estão apenas nos produtos, mas também fazem parte da cadeia de suprimentos da empresa. “Existe uma percepção errada de que só ter um produto Halal certificado é o suficiente. Precisamos passar de apenas ter a certificação para fazer a gestão corporativa e desenvolver um DNA Halal completo”.

Leonardo Dall’Orto, vice presidente de Mercado Internacional e Planejamento da BRF, contou que a empresa já investe em ter uma cadeia de produção Halal. “Hoje, temos remessas de mais de 3 mil contêineres do Brasil para o Oriente Médio e, quando nós falamos sobre a distribuição local desse montante, 60% vai para nossa própria rede de distribuição. Nós temos 10 centros de distribuição no Oriente Médio, trabalhamos com mais de 400 distribuidoras, e tudo é rastreável, ou sejam,  podemos ver essa entrega para cada cliente.”

Mahmood Al Bastaki, General Manager da World Logistics Passport (WLP)​, destacou o trabalho do governo brasileiro para se adaptar às novas culturas e hábitos de outros países. “Eu acho que o Brasil merece ser reconhecido: isso é uma coisa incrível que o governo conseguiu”, falou, não deixando de destacar o tamanho da comunidade árabe no país: “Muitos árabes deixaram seu país e se integraram muito bem na sociedade aqui e acharam suas formas de trazer o seu alimento. E fazer isso parte do Brasil. Não é uma coisa fácil. Se vocês olharem para o mundo todo, quem conseguiu aperfeiçoar o Halal? Ninguém. Só os brasileiros. Essa é uma coisa que vocês precisam ter orgulho.”

Por fim, Silvia Adly, da Academia Árabe de Ciência, Tecnologia e Transportes Marítimos, falou sobre as dificuldades de negócios para a logística Halal: “Os países deveriam focar na promoção das práticas Halal por meio da operação logística”, explicou. “Nós temos dificuldades especialmente em relação ao transporte.”

Ela completou: “Precisamos entender a logística Halal completa: da compra para o manuseio, o transporte, armazenagem, tudo segue princípios muito restritos.  A logística Halal tem tido um impacto positivo no volume comercial dos países, aumentando o acesso, o comércio e a exportação entre eles”, finalizou.

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