Último dia do curso “O Mundo Islâmico” aborda mercado Halal, comércio e exportações para o mundo islâmico
O professor Mohamed Habib, da Unicamp, fez a primeira palestra com a temática “Introdução à Banca Islâmica e Conceito Halal”. Explicou, inicialmente, que dinheiro, no conceito islâmico, é um instrumento que deve ser usado para gerar produtos, serviços ou trabalho. Utilizar o dinheiro para ganhar mais dinheiro – como a agiotagem, por exemplo – não é aceito pelas leis da religião. “Nenhum outro assunto foi tão condenado e denunciado pelo Alcorão como a usura”, destaca o professor.
Ele também abordou como acontece o abate Halal, lembrando que a prática privilegia a saúde e o bem-estar animal. O animal não deve sentir dor, receber mais de um corte ou passar por estresse, entre outras recomendações. “O abate deve ser feito por um muçulmano adulto qualificado, que deve fazer uma recitação pedindo ao Criador a permissão para tirar a vida do animal”, explica Habib.
O mercado islâmico e a evolução Halal no Brasil foi o tema da palestra de Michele Evangelista Villadal, tecnóloga em alimentos e auditora da FAMBRAS Halal. Primeiramente, ela explicou aos participantes a diferença entre Halal e Haram – o primeiro conceito significa lícito, o que é permitido. O segundo, o que é proibido. “É um conceito que não se restringe apenas à alimentação, mas sim, ao comportamento e estilo de vida”, reforça.
A auditora mostrou aos participantes o passo a passo da certificação Halal, apresentou dados do mercado – que está em crescimento, assim como o número de muçulmanos no mundo – e citou algumas empresas que possuem certificação Halal como, por exemplo, a Nestlé, uma das maiores empresas alimentícias do mundo.
A última palestra, de Rubens Hannun, Vice-presidente de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, foi sobre o “Comércio e Exportações para o mundo muçulmano”. Com dados e pesquisas variadas, Hannun comprovou o potencial do mercado Halal no mundo. “São 1,7 bilhão de muçulmanos economicamente ativos. É uma economia que cresce mais rápido que a média mundial”, ilustra.
Ele menciona ainda que o mercado islâmico é aberto e receptivo, com alto potencial de consumo e muitos planos para o futuro. “O empresário que quer relacionar-se com estes países precisa passar confiança, criar empatia, ser transparente, conhecer o idioma local, fazer contato ‘olho no olho’ e mostrar interesse pessoal na relação comercial”.