Agro é tech, agro é pop e também é Halal
Após ler o título deste artigo, você, leitor, deve estar se perguntando o que quero dizer usando uma chamada já tão popular – parte da campanha “Agro: a Indústria-Riqueza do Brasil” – para afirmar que este setor também é Halal. Em resumo, minha intenção é mostrar que a força do agronegócio brasileiro é fruto também das exportações ao mercado islâmico.
Para iniciar esta reflexão, se faz necessário explicar o que é Halal. Existe uma recomendação religiosa para que os muçulmanos consumam os chamados produtos Halal, palavra que quer dizer “permitido”. Trata-se de um padrão ético e moral de ações lícitas não só na alimentação, mas também no ambiente social, na conduta, na Justiça, nas vestimentas e nas finanças.
Um alimento é considerado Halal quando, em seu processo produtivo, foram utilizados matérias-primas, processos, mão de obra e embalagens que não trazem qualquer prejuízo à saúde e à segurança das pessoas. No ramo agropecuário, a certificação Halal ainda garante a segurança e o status Halal dos defensivos agrícolas, controle de OGM (organismos geneticamente modificados) e preservação de áreas. E, justamente por ter essas características, pessoas preocupadas com consumo consciente, saúde e segurança dos alimentos vêm procurando, cada vez mais, alimentos, fármacos, medicamentos e cosméticos Halal, mesmo não professando a fé islâmica.
Porém, antes de chegar ao mercado, é preciso que tais produtos obtenham a certificação Halal, tarefa das certificadoras. São elas que farão avaliações documentais, auditorias e ensaios laboratoriais a fim de comprovar se aquele item é, efetivamente, Halal, portanto, permitido para o consumo dos muçulmanos.
Voltando ao agro, a produção brasileira de itens agropecuários vem abastecendo com bastante destaque o mercado islâmico – composto por 1,8 bilhão de pessoas, que representam 24% da população mundial, e que deve atingir a marca de US$ 3,2 trilhões até 2024.
Dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram que os países integrantes da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) responderam por 18% das compras de produtos do agronegócio brasileiro entre janeiro e julho de 2020. O maior mercado foi a Turquia, seguido por Indonésia, Bangladesh, Arábia Saudita, Egito, Argélia, Paquistão, Emirados, Irã e Malásia. Os principais produtos vendidos foram açúcar, soja e carne de frango.
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