FAMBRAS Halal promove webinar sobre a importância do alimento Halal produzido no Brasil
Na manhã de hoje (17), a FAMBRAS Halal realizou seu primeiro webinar, que teve como tema ”A importância do alimento Halal produzido no Brasil para o mundo”. O evento on-line reuniu figuras de extrema relevância no cenário agropecuário do país, como a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; o deputado federal Alceu Moreira, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária;e Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da ABIA – Associação Brasileira da Industria de Alimentos. Também estiveram entre os palestrantes o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun; Yana Dumaresq, Secretária Especial Adjunta de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia; e Mohamed Zoghbi, presidente da FAMBRAS Halal.
O webinar foi mediado pelo vice-presidente da FAMBRAS Halal, Ali Zoghbi, que introduziu o assunto lembrando a primeira exportação Halal do Brasil, ocorrida há 40 anos. “Foi um desafio aceito por meu pai, Hajj Hussein Mohamed El Zoghbi. Naquela época, foi necessário que diversos frigoríficos se unissem para atender ao pedido: 650 toneladas. Hoje, quarenta anos depois, o Brasil se tornou líder mundial na produção e exportação de proteína animal Halal, que inclui tanto a carne bovina e como a de frango. Em 2018, o país exportou mais de 2 milhões de toneladas”, explanou Ali.
A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ressaltou a importância do mercado Halal para o agronegócio brasileiro e também lembrou que o Brasil é o maior produtor e exportador de proteína Halal do mundo. “Em 2019, as vendas do agronegócio brasileiro para os países de maioria islâmica somaram US$ 16 bilhões e abrimos novos mercados no Egito, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Marrocos e Kuwait”, afirmou.
O agronegócio brasileiro segue atento às oportunidades de ampliação deste importante mercado. O Brasil tem total capacidade de fortalecer a exportação com alguns produtos já importados pelos países árabes como algodão, cacau, frutas secas e frescas. Existe também a possibilidade de exportação de outros produtos de interesse desses países, sempre olhando as oportunidades de investimentos.
A ministra aproveitou para comentar sobre os impactos da pandemia no comércio exterior. “O cenário atual é bastante complexo, mas acredito que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o setor produtivo brasileiro estão preparados para dar continuidade à vocação do nosso país em ser um grande fornecedor global de alimentos seguros e de qualidade”.
Mohamed Zoghbi, presidente da FAMBRAS Halal, reforçou os números expressivos do mercado Halal no Brasil e explicou que por mais que o destaque ainda seja o setor alimentício, o mercado é ainda maior. “Envolve também turismo, produtos farmacêuticos, produtos de beleza e higiene pessoal, vestuário, bancos e finanças, logística, armazenamento e distribuição. É uma questão de tempo para que estes outros setores também se destaquem”.
Este mercado é reconhecido pela credibilidade do processo de certificação no Brasil, assim como a modernização do sistema. Atualmente, o Halal gera mais de 1,5 milhões de empregos diretos e indiretos.
“O processo Halal precisa de um amparo legal em nossa legislação brasileira, pois não se trata apenas de um processo religioso, mas sim, de um dos mercados mais importantes para a economia brasileira. Também atuamos para que seja possível implantar o processo Halal on-line e que sejam unificados os standards em todo o mundo”, concluiu Zoghbi.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, destacou a importância dos alimentos produzidos no Brasil e ressaltou as ações empresariais e institucionais que contribuem para a credibilidade dos produtos brasileiros. “O Brasil possui ações rápidas, assertivas, transparentes e age verdadeiramente como parceiro, e não como simples vendedor. É uma relação de parceria que tem um grande destaque e, com certeza, fará a diferença no mundo pós-pandemia”.
Segundo dados de uma pesquisa feita pela Câmara em 2017, os consumidores de países árabes reconhecem que o Brasil é não só um grande produtor, mas também um expert em produtos Halal. No ranking mundial do Centro de Desenvolvimento Econômico Islâmico de Dubai, o Brasil ocupa o terceiro lugar em desenvolvimento Halal, perdendo apenas para os Emirados Árabes e a Malásia, dois países islâmicos.
O deputado Alceu Moreira destacou a relevância da segurança alimentar dos produtos brasileiros a nível mundial. “O Halal não é mais uma questão religiosa. Hoje, a certificação é um atestado sanitário que garante que produtos cheguem às mesas de todo o mundo com a maior confiabilidade possível”. O deputado garantiu, ainda, que é essa confiança que seguirá abrindo portas nos países islâmicos e não islâmicos.
A Secretária Especial Adjunta de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Yana Dumaresq, destacou o potencial e as perspectivas do mercado Halal na economia global. “O mercado de alimentos e bebidas Halal representa 17% do mercado mundial. Ainda existe muito espaço para crescimento – calculamos uma média de expansão desse mercado de 6% por ano. É um mercado realmente promissor”, afirmou Yana.
Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da ABIA – Associação Brasileira da Industria de Alimentos – ressaltou as novas oportunidades do comércio exterior para produtos com a certificação Halal. “Na ABIA, temos um grupo de trabalho de comércio exterior por meio do qual estamos evoluindo nesse sentido, apresentando o Halal para as empresas que não têm o conhecimento desse mercado.”
A digitalização e evolução do comércio também foram temas abordados por Grazielle. “Neste momento de pandemia é muito importante que continuemos aprimorando para não haver nenhuma interrupção nos trabalhos.” explicou.
Assista ao webinar:
O próximo webinar da FAMBRAS Halal terá como tema “O Certificado Halal: uma perspectiva global de segurança, proteção e sustentabilidade de alimentos” e está previsto para o dia 7 de julho.